27 de outubro de 2015

“Uma Câmera na mão e uma ideia na Cabeça”: Roteiro e Edição de vídeo são temas de oficina do Cinema Nosso em Pedra Lavrada

O Cinema Nosso junto ao Grupo de Trabalho (GT) de Juventude do Coletivo Cariri, Seridó e Curimataú e o  Patac realizaram na última semana, mais precisamente nos dias, 19 e 20,  uma oficina  sobre roteiro e edição de vídeo em Pedra Lavrada, na comunidade Canoa de Dentro.

A atividade fez parte da continuação do trabalho realizado no mês de junho deste ano (2015) quando cerca de 60 jovens participaram do Curso Narrativas e Linguagem Audiovisual  que deixou como frutos os curtas “Logo Ali” e  “Cumade  Fulozinha e a Volta do Filho da Terra” gravados respectivamente em Juazeirinho (Sussuarana ) e Pedra Lavrada ( Canoa de Dentro).

19 de outubro de 2015

Agricultores e agricultoras realizam trocas de sementes na Feira da VI Festa Estadual das Sementes da Paixão

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A VI Festa Estadual das Sementes da Paixão foi encerada nesta sexta-feira (16), com a Feira Estadual das Sementes da Paixão. A feira iniciou com o acolhimento das caravanas, ao som de muito forró, na Praça Clementino Procópio no centro de Campina Grande. Estavam presentes cerca de 900 agricultores e agricultoras guardiões de sementes de todo o semiárido brasileiro.

Em seguida, representantes da articulação do Semiárido falaram um pouco sobre a importância da feira e das sementes da paixão para o povo do semiárido. “Agricultores e Agricultoras de todo o semiárido brasileiro estiveram reunidos durante esses três dias discutindo suas conquistas e levantando os desafios para continuar a luta, a favor de uma comida livre de transgênicos e agrotóxicos, livre da dominação e exploração das mulheres, uma garantia através das sementes da paixão”, disse Madalena Medeiros da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Paraíba). A coordenadora da ASA Paraíba, Maria da Glória Batista também falou sobre o papel que as políticas públicas de conivência com o semiárido têm desempenhado para a o fortalecimento da segurança e soberania alimentar.

Durante a feira os guardiões e guardiãs tiveram a oportunidade de fazer a troca de suas sementes, um momento de partilha de conhecimento e experiências. Para o agricultor Raimundo da Silva do Assentamento José Antônio Eufrouzino, município de Campina Grande, a feira foi um momento muito importante para troca de saberes. “Há dez anos que eu guardo minhas sementes da paixão, hoje eu tenho uma grande variedade, tenho milho branco, milho Jaboatão, milho preto, milho pontinha, feijão carrapatinho e com essa variedade eu tenho a garantia de que minha família consome uma comida saudável, falou o agricultor Raimundo que também realizou a troca das sementes do feijão carrapatinho por fava. “Eu não tinha essa semente de fava e nos próximos anos eu já vou trocar um pouco dessa semente de fava com outro agricultor, isso tudo é muito bom” afirmou.

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A agricultora Raimunda Soares Costa, 58 anos, da comunidade Tacima região do Curimataú Paraibano, também falou sobre a importância da troca de sementes.“Aqui a gente coloca em prática o que gente luta e vivencia. A troca de sementes é uma convivência entre os agricultores para não perder as sementes da paixão, é a semente que alimenta nosso povo e a gente precisar dar continuidade a ela”, falou Raimunda. Durante a feira, os agricultores também realizaram o teste de transgênia em suas sementes para se certificarem que suas sementes realmente estão livres dos transgênicos.
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Além da troca de sementes os agricultores e agricultoras também comercializaram seus produtos, entre eles as mudas de plantas medicinais, artesanatos, frutas, verduras, legumes, bolos, canjicas, doces, iogurtes e tapiocas. O grupo de mulheres do Assentamento Socorro, da cidade de Areia, produzem bolos, doces e brigadeiros, todos feitos com banana, mas a novidade produzida pelo grupo “Doces Socorro” é banana chips, um salgado feito com banana verde e sal. “A gente começou a produzir a banana chips depois de uma curso lá na comunidade, ele tem o sabor de um salgado de batata e as pessoas gostam muito”, afirmou a integrante Josefa Teixeira.

A feira encerrou com uma benção inter religiosa com representantes de praticantes de diversas religiões. A água, as sementes, a terra e a palma foram alguns elementos utilizados na benção para simbolizar a importância das sementes da paixão para as diversas comunidades, elementos que são essenciais para que a semente cresça e germine, garantindo alimento saudáveis as famílias agricultoras.

16 de outubro de 2015

Conjunto de Oficinas temáticas integra as atividades de formação da VI Festa Estadual das Sementes da Paixão

Como parte integrante das atividades da VI Festa Estadual das Sementes da Paixão, ocorreu na manhã de quinta-feira (15), diversas oficinas temáticas, no sentido de ampliar a formação das famílias agricultoras e definir orientações para o melhoramento do trabalho dos Bancos de Sementes Comunitários.
No total foram sete oficinas sobre: Gestão, Organização e Armazenamento das sementes nos Bancos de Sementes Comunitários (BSC); Integrando as sementes florestais e frutíferas nos BSC; Produção, Seleção das Sementes; Sementes dos animais; Produção das sementes de hortaliças; Beneficiamento de frutas nativas e adaptadas e Bancos de Germoplasma.
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Cada oficina contou com a apresentação de uma experiência local e uma experiência vinda de fora. A exemplo da Oficina “Integrando as sementes florestais e frutíferas nos BSC” Com o objetivo de socializar conhecimentos de manejo, plantio, colheita, armazenamento das sementes florestais e frutíferas, jovens coletores de sementes florestais da região do Polo da Borborema na Paraíba e integrantes do Povo Xucurus do Ororubá do Estado de Pernambuco, compartilharam suas experiências.
Criada em 2010, a rede de viveiros do Polo da Borborema tem hoje nove viveiros ativos. “Estes viveiros facilitam o acesso das famílias agricultoras às sementes para o reflorestamento de suas propriedades e para toda a comunidade” afirma Monica Lourenço, jovem coletora integrante da rede.  A jovem afirma que a partir da identificação de municípios onde já não existia determinada espécie de planta, perceberam a necessidade de criar a rede de coletores.
“A rede de coletores foi criada em 2012, com a participação dos jovens. No começo o grupo não sabia a época de coletar ou como coletar. Foi a partir daí que pensamos em uma cartilha de calendário de coleta e construímos ela a partir das experiências de cada município. A juventude se reúne periodicamente e faz a coleta. Após a coleta, as sementes são encaminhadas para os viveiros. Atualmente já tem jovem adquirindo uma renda extra comercializando as mudas cultivadas”, explicou Mônica, moradora do Assentamento Caiana em Massaranduba.
A agricultora coletora Josefa Miranda dos Santos também deixou seu depoimento durante a oficina: “Sou coletora de sementes. Faço reflorestamento no meu sítio, tenho uma matinha e cerca viva. Eu planto espécies nativas. Esse trabalho de coleta é muito importante, porque lá na mata talvez tenha uma árvore que esteja em extinção e você vai colher, repassar pra outros agricultores que podem plantar em suas propriedades. Então a gente ta preservando a natureza, as árvores, mas vai chegar um tempo que nossos netos e bisnetos não terão a oportunidade de conhecer. Temos que preservar a natureza e a flora, pois você vê que tem muito desmate. Vamos dar as mãos e vamos abraçar essa causa que é muito importante. Vamos dar vida à mãe terra, pois ela ta precisando muito da gente”, disse dona Josefa.
Ressaltando a importância do princípio da espiritualidade e reconexão com a natureza os Povos Xucurus iniciaram sua apresentação com um toré. Nele uma frase se destaca “Quem quiser ver a ciência, vai na mata procurar… Achei um castelo de ouro, lá na mata de Orubá”.
De forma resumida, os indígenas expressaram um pouco de seus conhecimentos, mas deixado sempre uma provocação ao fundo. Segundo ele, para avançarmos enquanto sociedade, enquanto ciência, precisamos nos reconectar com nossa espiritualidade, ou seja, com nossa própria natureza: “O povo é um território que não é só físico, é político e espiritual. A espiritualidade é a base de tudo. Esse conjunto de conhecimento vem desse dialogo com a natureza. É outro tempo é outra compreensão é outra forma de agir, esse mundo dos encantados é que orienta e referenda. Precisamos estar sempre em contato com esses outros seres”, afirmou Iram Xucuru, integrante do grupo.
O povo Xucuru habita a Serra de Ororubá, no município de Pesqueira, Pernambuco. Atualmente estão em aproximadamente 15 mil pessoas. Iram, falou ainda sobre a luta de seu povo pelo reconhecimento dos seus direitos, enquanto indígenas, agricultores e humanos. “As politicas públicas ignoram as diversidades, generalizam tudo e todos, sem considerar o contexto histórico de cada povo, esvaziando a cultura e os conhecimentos históricos de cada povo. Precisamos fortalecer e cultivar esses conhecimentos”, disse Iram.
Entre as lições transmitidas durante a oficina destacaram-se: A importância do trabalho em rede, com o olhar para as demandas que compõe o território; a conservação das sementes florestais e frutíferas; a valorização da troca e conhecimentos. O grupo ainda se comprometeu em analisar os impactos que estamos causando na natureza, com o desmatamento e descarte de materiais; ampliar a capacidade de estoque de sementes para integrar as sementes florestais e frutíferas nos Bancos de Sementes Comunitários; como ainda, melhorar a forma de armazenamento das sementes, além de outros compromissos.
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Socialização – No início da tarde, uma dupla de representantes de cada oficina apresentou os resultados das discussões ocorridas na parte da manhã. Um dos principais elementos que se repetiu na maioria das discussões foi a importância do papel das mulheres e jovens na conservação das sementes da paixão, seja esta a semente animal, das plantas medicinais, das sementes de plantio, frutíferas ou florestais, dos conhecimentos e da cultura camponesa.
Além disso, o compromisso marcado por todos foi reafirmado no fim das apresentações, dar continuidade aos processos de fortalecimento das ações que estão sendo desenvolvidas na perspectiva de resistência e da vida no semiárido.
Por fim, a palavra de ordem que ecoou na plenária foi a seguinte: “É no Semiárido que a vida pulsa! É no Semiárido que as Sementes Resistem!”.

9 de outubro de 2015

Juventude da Articulação do Semiárido Paraibano realiza ato público alertando sobre os transgênicos

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Cerca de 30 jovens camponeses de várias regiões da Paraíba participaram nessa quinta-feira (08) em Campina Grande de um ato contra os transgênicos e o fim da rotulagem de alimentos. A atividade é parte da preparação para a VI Festa Estadual das Sementes da Paixão, que acontece na região do Polo da Borborema entre os dias 14 e 16 de outubro.

Reunidos na praça Clementino Procópio, eles participara antes de uma roda de conversa que discutiu a importância do combate aos transgênicos, assim como a ameaça da proposta do fim da rotulagem das embalagens dos alimentos. O projeto 34/2015, a ser votado nos próximos meses, veta a rotulagem desses produtos, privando a sociedade ao direto de informação sobre os alimentos que ele consome.

Com panfletos, adesivos, faixas e cartazes os jovens percorreram o centro de Campina Grande, dialogando e informando a comunidade sobre os riscos do consumo de alimentos transgênicos. Pesquisas mostram que o consumo desses produtos pode fazer mal à saúde e que o plantio dessas sementes pode afetar o meio ambiente, já que essas plantações recebem altos níveis de agrotóxicos.

Ao final da manhã, reunidos no local do início do ato, os participantes fizeram um balanço sobre a ação e afirmaram a necessidade de dar continuidade a essa ação também em seus municípios. Por fim, antes de dispersarem os jovens reafirmaram o seu compromisso de guardiões gritando juntos: “Contra os transgênicos, Sementes da Paixão!”


Fonte: https://festasementedapaixao.wordpress.com/2015/10/08/juventude-da-articulacao-do-semiarido-paraibano-realiza-panfletagem-e-adesivagem-alertando-sobre-os-riscos-dos-transgenicos/

7 de outubro de 2015

Articulação do Semiárido Paraibano realiza VI Festa Estadual das Sementes da Paixão na Semana Mundial da Alimentação

A Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) realizará entre os dias 14 e 16 de outubro, dentro da Semana Mundial da Alimentação, a VI Festa Estadual das Sementes da Paixão. Com o tema: “Agricultura Familiar guardiã da sociobiodiversidade, pela soberania alimentar, livre de transgênicos e agrotóxicos”, o evento acontecerá no Santuário de Padre Ibiapina Santa Fé, município de Arara, no Curimataú Paraibano, em seus dois primeiros dias, no último dia, a programação do evento ocorrerá em Campina Grande-PB, na Praça Clementino Procópio, com uma Feira Estadual de Sementes no dia 16 de outubro, sexta-feira, Dia Mundial da Alimentação.

Organizações comemoram a volta do CONSEA com banquetaço em Campina Grande

Um conjunto de organizações que atuam na promoção do direito humano à alimentação realizará no dia 27 de fevereiro, segunda-feira, um ‘Banqu...