Será realizado nos dias 30 e 31 de maio, no Convento dos Maristas e no Banco de
Sementes Mãe, em Lagoa Seca, o Encontro Pesquisa e Política de Sementes no
Semiárido, que reconhece a qualidade das sementes da Paixão na Paraíba. O evento
irá apresentar os resultados quantitativos e qualitativos de um estudo
desenvolvido pela Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) e a Embrapa
Tabuleiros Costeiros com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq). “Sementes da Paixão” foi como ficaram
conhecidas na Paraíba as sementes nativas ou crioulas, que vêm sendo
reproduzidas pelos agricultores familiares desde os seus antepassados e
significam a garantia da autonomia e diversidade da produção da agricultura
camponesa de base agroecológica na região semiárida.
Participarão do encontro cerca de 60 pessoas entre
agricultores e agricultoras, pesquisadores, estudantes, representantes da
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário e Pecuária (Sedap), do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS), da Emater e da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), além de técnicos de organizações de assessoria. No
primeiro dia, o evento será realizado no Convento dos Maristas, já no dia 31, as
atividades acontecem na sede do Banco de Sementes Mãe, localizado no Sítio
Quicé, às margens da BR 104, entre os municípios de Lagoa Seca e São Sebastião
de Lagoa de Roça.
O objetivo é disponibilizar os resultados da pesquisa para contribuir com a formulação de propostas de políticas públicas de sementes voltadas para a agricultura familiar camponesa do Semiárido. O evento pretende também socializar o intercâmbio e a articulação entre as diferentes experiências de valorização, conservação e aumento da biodiversidade. A programação de dois dias contará com mesas temáticas, carrossel de experiências e debates.
O estudo
As pesquisas foram realizadas por organizações como o Polo da Borborema, AS-PTA Agroecologia e Agricultura Familiar, Coletivo Regional do Cariri, Curimataú e Seridó Paraibano, Patac, Embrapa e UFPB em propriedades de famílias agricultoras nas regiões do Cariri e da Borborema. Os objetivo foram: realizar ensaios de competição de variedades crioulas e comerciais; fazer mapear e melhorar a qualidade das variedades crioulas caracterizando variedades tradicionais presentes nos bancos de sementes comunitários; e capacitar os agricultores na seleção de sementes e de variedades tradicionais.
As pesquisas foram realizadas por organizações como o Polo da Borborema, AS-PTA Agroecologia e Agricultura Familiar, Coletivo Regional do Cariri, Curimataú e Seridó Paraibano, Patac, Embrapa e UFPB em propriedades de famílias agricultoras nas regiões do Cariri e da Borborema. Os objetivo foram: realizar ensaios de competição de variedades crioulas e comerciais; fazer mapear e melhorar a qualidade das variedades crioulas caracterizando variedades tradicionais presentes nos bancos de sementes comunitários; e capacitar os agricultores na seleção de sementes e de variedades tradicionais.
A ASA Paraíba mantém atualmente uma rede de bancos de
sementes comunitários, que mobilizam aproximadamente 6.500 famílias em 61
municípios do estado. De acordo com Emanoel Dias, agrônomo e assessor técnico da
AS-PTA, a iniciativa animou a discussão e o trabalho com as sementes da paixão:
“A pesquisa começou apenas como um ensaio comparativo de variedades de milho em
2009, no ano seguinte foram implantados ensaios comparativos e campos de
multiplicação de variedades crioulas. Em 2011 foram implantados mais de 15
ensaios comparativos e campos de multiplicação de variedades nas regiões do
Cariri e da Borborema Esse processo ganhou expansão em virtude da metodologia de
envolver as famílias agricultoras em todas as etapas do trabalho, melhorando a
qualidade das variedades crioulas existentes nos diversos bancos de sementes
familiares e comunitários”, avaliou.
Durante o estudo foram feitas análises comparativas de
diversas variedades de milho presentes nos bancos de sementes das comunidades,
com sementes distribuídas pelos programas governamentais. Foram comparados os
seguintes critérios: produtividade; espessura da planta; quantidade de palha;
cor, peso e tamanho da semente; resistência a pragas; resistência à seca, entre
outros.
Para o pesquisador na área de Agroecologia da Embrapa
Tabuleiros Costeiros, Amaury Santos, o resultado do estudo não é nenhuma
surpresa. “As variedades convencionais são produzidas por meio do uso de
agrotóxicos, de adubação química. Quando vão para um ambiente diferente, como é
o caso do Semiárido, região que enfrenta escassez de água e onde não se usa
veneno e raramente se usa adubação química ou orgânica, elas não têm a mesma
adaptação que as sementes dos agricultores”, explica o pesquisador.
Seu Expedito, do Assentamento Santa Paula, em Casserengue,
é um dos agricultores que participou das pesquisas, com o milho crioulo. Dentre
as variedades plantadas o milho Ligeirinho, encontrado nos bancos de sementes do
município, apresentou maior desempenho em todas variáveis no processo de
avaliação. Emanoel Dias acredita que resultado da pesquisa indica a importância
das Sementes da Paixão. “Isso mostra o potencial das variedades crioulas e a sua
adaptação as condições edafoclimáticas locais. Para os agricultores presentes, o
milho apresenta boa produção na terra de origem, ou seja, naquelas que ele já
está adaptado”.
Ascom AS-PTA |
22/05/2012 Fonte: http://www.asabrasil.org.br/Portal/Informacoes.asp?COD_NOTICIA=7342 |
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