Foto: Simone Benevides |
Na
última terça-feira, dia 1º de Abril, algumas famílias do Coletivo Regional das
Organizações da Agricultura Familiar do Cariri, Curimataú e Seridó receberam a
visita de representantes da Misereor (Entidade de cooperação de projetos,
ligada a Igreja Católica da Alemanha). As representantes da organização Almute
Heider e Madeleine Brocke, acompanhadas pelo Patac, estiveram nas famílias de
Dona Terezinha, Fátima e Divalcir, Cida e Fátima, onde puderam conhecer as
experiências realizadas nos quintais produtivos, estocagem de forragem e
armazenamento e captação de água.
As
famílias mostraram seus exemplos de superação e resistência ao período de
estiagem e a capacidade de se organizarem mesmo quando as adversidades poderiam
se tornar o principal obstáculo para a convivência com o Semiárido.
Foto: Simone Benevides |
Para
Dona Terezinha da comunidade de Quixudir, no município de Soledade, todo o
esforço em manter seu quintal produtivo está voltado especialmente para que as
4 famílias (filhas, genros e netos) que residem na propriedade de 25 hectares,
tenham alimentação, e além disso, para
que estejam consumindo alimentos
saudáveis. Na sua horta, que fica aproximadamente a 100 metros da sua casa, ela
cultiva: Coentro, Cebolinha, Beterraba, Cebola Branca, pepino, plantas
frutíferas (maracujá e melancia), medicinais e um pequeno roçado de milho e
feijão. A agricultora que está viúva há um ano e três meses, disse que ainda
não superou totalmente a perda de seu companheiro, mas procura manter tudo o
que construíram juntos. Ela também conserva em seu quintal criações de porcos e
caprinos. Sua propriedade foi apoiada pelo P1MC e P1+2, com uma cisterna de
água de beber e uma cisterna de enxurrada para produção e possui um pequeno açude, todos esses reservatórios têm
ajudado durante esses dois anos de pouca chuva na região.
Foto: Simone Benevides |
Na
propriedade de Fátima e Divalcir, em Caiana, também município de Soledade,
tivemos a oportunidade de ver uma variedade de fruteiras, hortaliças, além de
milho e feijão. O casal que mora em uma terra de herdeiros comprou a
propriedade e pretende construir uma nova casa no local, dela estão tirando uma
forma de gerar renda neste período de estiagem, através da comercialização do
Umbu. Fátima, que tem um rico conhecimento do uso das ervas medicinais, que diz
ter herdado da sua avó, apresentou uma variedade dessas plantas que são usadas
por ela para cuidar da saúde da família e dos vizinhos, ela faz uso da água
servida para manter o quintal verde.
Foto: Simone Benevides |
A
última família a ser visitada foi a de Cida, ela mora com sua mãe Fátima e mais
sete irmãos, além de outros parentes. Na propriedade conhecemos a experiência
de estocagem de forragem, a família cultiva Gliricidia junto com outras plantas da região, como o
cardeiro e fabricam silos para reservar comida para a criação nos períodos de
estiagem. Também nessa propriedade várias outras espécies de plantas frutíferas
são preservadas.
Na
parte da tarde, Almute e Madeleine tiveram a oportunidade de conversar com a
comunidade que expôs através de depoimentos, a importância da parceria com a Misereor,
através da assessoria do Patac. O objetivo da associação que estar composta por
8 comunidades é expandir a prática da agricultura familiar de base
agroecológica para outras famílias da região.
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