30 de setembro de 2014
Está chegando a VI Festa Regional das Sementes da Paixão!
Dia 06 de novembro, deste ano, será realizada a VI Festa Regional das Sementes da Paixão, na região do Coletivo Regional das Organizações da Agricultura Familiar no Cariri, Curimataú e Seridó Paraibano, em parceria com o Patac.
As Sementes da Paixão, representam as sementes crioulas, animais, plantas medicinais e o conhecimento tradicional das famílias do semiárido brasileiro, patrimônio genético de diversos povos que ao longo dos tempos vêm conservando, resgatando, selecionando e valorizando a agrobiodiversidade adaptada a cada região.
Desde a última festa regional, ocorrida em 2009, o processo de mobilização e articulação para das comunidades da região caminha a todo vapor. Inúmeras reuniões, formações, ensaios teatrais, músicas e demais surpresas estão sendo organizados com muito carinho e atenção por todos que compõe essa equipe e principalmente pelas famílias da comunidade São Félix, no município de Santo André (PB), local onde a Festa será realizada.
A realização da VI Festa será mais uma celebração que integra esse processo de identificação, sistematização e divulgação das experiências de famílias agricultoras e grupos comunitários orientadas pelos princípios da Agroecologia.
25 de setembro de 2014
Mulheres agricultoras transformam suas vidas no Semiárido brasileiro
Em rima, versos, cordéis, que todos pudessem ler
E dar boas gargalhadas na alegria de viver
Hoje eu quero escrever, sobre um bicho em extinção
Era muito autoritário, de leste, oeste e Sertão
Com desculpa esfarrapada desde o tempo de Adão
Uma cultura que houve sem Deus e a criação
Quando a desobediência fez cair em tentação
Os dois comeram os frutos, mas o que disse Adão?
Foi a mulher quem me deu, ela quem primeiro viu!
Jogou toda a culpa em Eva, foi um verdadeiro Biu.
Eva não se defendeu e toda a culpa assumiu”.
Luzia Bezerra da Silva, Itatuba, Paraíba.
É também através dos versos, como
este acima, que dona Lita, como é conhecida a agricultora Luzia Bezerra Silva,
da comunidade Serra Velha, em Itatiuba, na Paraíba, reflete sobre a situação de
opressão que muitas mulheres ainda sofrem e a importância de que elas não se
deixem ser tomadas por essa situação. Reflexão também feita pela agricultora
Maria Madalena Oliveira Leite, de Montes Claros, em Minas Gerais, conhecida
como dona Nenzinha. “A gente às vezes trabalha mais que os homens porque
sabemos que o que a gente faz hoje não é só ajuda, a gente trabalha em tudo.
Tem gente que diz que mulher é fraca, mas não tem isso de fraqueza não, mulher
é forte e inteligente”, diz.
Mulheres como dona Lita e dona
Nezinha conhecem seus direitos e passam a se reconhecer como agricultoras
experimentadoras e protagonistas da construção da convivência com o Semiárido.
Mas nem sempre foi assim e os desafios ainda são muitos para serem superados.
No entanto, esse cenário vem mudando, e isso se dá pela iniciativa e luta das
próprias mulheres do Semiárido. “As agricultoras experimentadoras são
referências que já tiveram vidas negadas, mas que foram quebrando a negação e
descobrindo o mundo a partir do conhecimento delas que são hoje experimentadoras,
são guerreiras do Semiárido e suas histórias são importantes para outras
mulheres”, explica Cristina Nascimento, coordenadora da Articulação Semiárido
Brasileiro (ASA) pelo estado do Ceará.
A luta diária das mulheres na
construção e desenvolvimento de suas regiões não é nova, nem de agora. As
mulheres sempre tiveram um papel importante na construção da sociedade. No
Semiárido, por exemplo, elas sempre foram as principais responsáveis pela
garantia da água e alimentação da família. Era das mulheres o trabalho de
buscar água nos barreiros e açudes, muitas vezes acompanhada das crianças,
enquanto os homens trabalhavam no roçado. Essa realidade do Semiárido tem se
transformado, principalmente pela organização das agricultoras e agricultores
da região e de organizações da sociedade civil que tem convivido com o
Semiárido ao invés de combater à seca. Esse processo tem colocado em prática,
por exemplo, a ação da ASA, de descentralização e estocagem da água na região,
a partir de tecnologias sociais, como as cisternas de placas, e da valorização
do conhecimento das agricultoras e agricultores. “É importante pensar a
perspectiva da mulher e de sua importância para a o Semiárido, mas também de
extrapolar a relação da importância a partir apenas das tecnologias, de pensar
na relação das pessoas com o seu lugar. As mulheres no seu processo produtivo
muitas vezes não são reconhecidas. Tem jornadas triplas de trabalho, pois
acordam mais cedo, cuidam do quintal, da casa, do roçado, dos animais e às
vezes elas mesmas não enxergam tudo isso como trabalho”, pontua Cristina.
Com essa nova realidade, as
mulheres continuam exercendo um importante papel no desenvolvimento da região.
Experimentam formas e práticas de convivência com o Semiárido a partir de sua
produção, do beneficiamento dos alimentos, da comercialização, e percebem a
importância de sua organização. “Elas vão percebendo seus conhecimentos e
experiências que passam de geração em geração. Quando chegam as inovações de
tecnologias, como a primeira água para consumo e a segunda água para produção
de alimentos, isso se conecta com as experiências e conhecimentos das mulheres
e causa mudanças incríveis para a vida delas”, diz Glória Araújo, coordenadora
da ASA pelo estado da Paraíba.
O quintal das casas é um dos
lugares em que as mulheres estão mais presentes, é neles que as mulheres
experimentam suas práticas e inovações. Plantas medicinais, hortaliças,
pequenos animais, flores, entre outras produções compõem os quintais. Mas elas
não trabalham apenas nesse arredor de casa enquanto se faz o almoço. Elas
trabalham e se dedicam ao quintal também porque buscam os alimentos saudáveis
para toda a família, porque tem esse cuidado com a alimentação. “Eu fico feliz
em saber que toda a minha família tem uma alimentação saudável, mas não só a
gente, mas minha comunidade, minhas vizinhas, minhas amigas da cidade que
compram minhas hortaliças”, conta dona Lita.
Mas para conquistar essa
felicidade em partilhar sua produção, dona Lita teve que lutar contra muitas
adversidades. E foi experimentando, através de um sistema de irrigação por
gravidade, que ela mesma produziu, e com a água armazenada na
cisterna-enxurrada, que passou a produzir suas hortaliças e a partilhar com as
vizinhas, até enxergar o potencial de comercialização que tinha. Mas teve que
driblar o preconceito do marido, que não queria ver a mulher na feira, que para
ele era lugar que só tinha homem. “Ele é cortador de carne e tem um box na
feira. Um dia peguei meus sacos cheios de hortaliças, pedi pra minha menina
fazer um cartaz com o nome produtos orgânicos e cheguei lá. Ele disse que eu
num ia fazer isso, mas eu devagarzinho comecei a vender. Hoje ele também vende
as hortaliças na feira”, conta dona Lita, exemplificando que o preconceito com
o trabalho da mulher ainda é muito forte.
A experimentação vem da prática,
mas não só da agricultura. As agricultoras não só inovam buscando formas de
conviver com o Semiárido através da produção, mas também experimentam do ponto
de vista da organização. “Todas as conquistas que tivemos no campo das
políticas e direitos foram a partir da luta das mulheres. É importante refletir
com elas da importância do espaço coletivo. Elas se encontram, elas veem que o
problema de uma é de outra. Se junta em torno de uma causa que não é minha é da
outra. O espaço coletivo é fundamental para a reafirmação dos direitos a
exigência de efetivação de direitos”, relata Cristina.
Para a agricultora Luciana da
Silva, do Rio Grande do Norte, a organização contribui e fortalece os processos
produtivos. “Eu casei com 14 anos e a vida só começou a melhorar quando eu
entrei e me organizei na associação. Porque aprendi com as outras mulheres como
é importante nós estarmos em todos os espaços produtivos da propriedade criando
e experimentando: na horta, no roçado e na criação. Depois que comecei a
dominar a produção a vida melhorou muito passamos a cultivar para comer e
comercializar”, Luciana da Silva, agricultora do Rio Grande do Norte.
A troca de conhecimentos entre as
agricultoras é muitas vezes o estímulo às experimentações e ao processo
organizativo. Os momentos de intercâmbios de experiências, por exemplo,
metodologia usada pela ASA, contribui para o fortalecimento desse conhecimento.
“A gente vai fazendo os intercâmbios, vai trocando as experiências e vai
colocando em prática, vai experimentando. É por isso que a gente é agricultora
experimentadora”, conclui dona Nenzinha.
Para Glória, os intercâmbios são
momentos de diálogo de agricultora pra agricultora em que se enxerga a força do
que está fazendo. “Essa troca busca também o aperfeiçoamento daquilo que elas
estão inovando, seja no manejo da água, na criação de animais, em como lidar
com os períodos de estiagem. Trocam conhecimento da valorização do patrimônio
genético do Semiárido brasileiro, como com as sementes. Muitas são guardiãs e
não se percebem, elas vão se sentindo fortalecidas a partir do diálogo de agricultora
pra agricultora”, explica Glória.
Encontro Nacional - Mais de 100
mulheres agricultoras de todos os estados do Semiárido estiveram reunidas nos
dias 23 e 24, em Lagoa Seca, na Paraíba, durante o I Encontro Nacional de
Agricultoras Experimentadoras, com o lema Celebrando conquistas na trajetória
da ASA. O objetivo do encontro era de valorizar e dar visibilidade ao
conhecimento e as capacidades das mulheres agricultoras e suas formas de
inserção na organização do trabalho da agricultura familiar, além de construir
coletivamente caminhos para superação das situações de desigualdade. As
agricultoras voltam para suas comunidades após o encontro mais fortalecidas e
com novos conhecimentos, a partir da troca de experiências que vivenciaram.
Catarina de Angola – Asacom
Com a colaboração de Mariana Reis e Monyse Ravena
19 de setembro de 2014
Papel da mulher na Agricultura Familiar será tema do I Encontro Nacional de Agricultoras - Experimentadoras em Lagoa Seca
Mais
de 100 mulheres agricultoras de todos os estados do Semiárido se encontrarão na
próxima terça (23) e quarta (24), no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca, durante o I Encontro Nacional de Agricultoras
Experimentadoras da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). O lema
do encontro será: “Celebrando conquistas
na trajetória da ASA”.
A
ASA que comemora 15 anos de trajetória no Brasil é uma rede que agrega mais de
três mil organizações que trabalham para o desenvolvimento de políticas de
convivência com a região semiárida brasileira.
O objetivo do encontro é valorizar e dar visibilidade ao conhecimento e as
capacidades das mulheres agricultoras e suas formas de inserção na organização
do trabalho da agricultura familiar, além de construir coletivamente caminhos
para superação das situações de desigualdade.
Durante
os dois dias do evento, as mulheres irão refletir as raízes históricas dessas
desigualdades, e poderão debater e construir de forma conjunta as oportunidades
para a superação desse quadro. Elas serão provocadas, através de uma peça
teatral intitulada de “Vida de Margarida”, a refletirem sobre as desigualdades
das relações sociais.
Nos
últimos 15 anos, muitas conquistas merecem ser celebradas pelas agricultoras no
Semiárido. A chegada das tecnologias sociais de armazenamento de água da chuva
(cisternas de água de beber e cisternas para produção de alimentos) tem
permitido além da democratização do acesso ao recurso, uma grande melhoria na
saúde das famílias; a diminuição da carga de trabalho das mulheres; o aumento
da disponibilidade de água no quintal e por consequência, a valorização das práticas
produtivas das agricultoras.
Para
a organização do encontro o momento também é de visibilizar o trabalho da
mulher no campo e proporcionar intercâmbios de trocas e fortalecimento dos
conhecimentos. “A gente vem dar visibilidade às experiências das mulheres
agricultoras que tem construído a agroecologia, que têm melhorado seus quintais
e realizam conquistas como o resgate da sua autonomia enquanto mulher. Um
encontro como esse vem mobilizar essas mulheres, porque quando elas saem pra
participar e se encontram com outras histórias, com outras mulheres, elas
voltam fortalecidas pra reassumir e reafirmar cada vez mais o seu papel”,
afirma Maria Leônia, da coordenação do Polo da Borborema, da ASA Paraíba.
Além
do exercício realizado através de uma maquete de um quintal, montada de forma
coletiva, onde as participantes irão debater sobre as inovações e a
experiências desenvolvidas a partir da criatividade de cada mulher, onde
deverão aparecer questões como: Divisão do trabalho na propriedade e na casa; visibilidade do trabalho e dos conhecimentos das mulheres
agricultoras, esse momento será preparatório às visitas de intercâmbio que
acontecerão no dia seguinte, a experiências de mulheres sistematizadas em cinco
temas: Manejo da água nos quintais; Diversificação produtiva dos arredores de
casa; Sementes da paixão; Pequenos criatórios (galinhas, caprinos, ovinos,
suínos, etc.) e Acesso aos mercados. As visitas de intercâmbio acontecerão nos
municípios paraibanos Massaranduba, Queimadas, Boqueirão, Juazeirinho e Cubati.
Ao
final do encontro, em plenária as agriculturas irão refletir o significado e o
papel de cada mulher na valorização e na construção de conhecimento para
convivência com o Semiárido, fortalecendo a identidade de
agricultoras-experimentadoras gestoras de seus próprios conhecimentos.
Programação
23 de setembro
8h –
Abertura
8h30
– Peça “A vida de Margarida”
9h30
– Debate sobre as desigualdades
12h30
– Almoço
13h30
– Caminhos de superação – divisão sexual do trabalho dentro da propriedade
15h30
– Trabalho em grupo
Temas: Manejo da água nos quintais;
Diversificação produtiva dos arredores de casa; Sementes da paixão; Pequenos
criatórios e Acesso aos mercados.
19h –
Jantar
19h30
– Feira Guardiãs da Biodiversidade e Noite Cultural
24 de setembro
7h30
– Visitas de Intercâmbio
Temas: Manejo da água nos quintais;
Diversificação produtiva dos arredores de casa; Sementes da paixão; Pequenos
criatórios e Acesso aos mercados.
14h –
Impressões das visitas: O que vi e o que vou levar para casa
14h30
– Qual o significado de ser Agricultora-experimentadora?
16h30
– Mística de encerramento
Facilitadores dos programas P1MC e P1+2 participam de encontro sobre os processos de capacitação das Famílias Agricultoras na região do Coletivo
Facilitadores e Animadores do P1MC e P1+2 |
No desenvolvimento das ações da Articulação do Semiárido (ASA), as famílias agricultoras que acessam as tecnologias sociais dos programas P1MC e P1+2, participam de três cursos: Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH), Gestão de Água para Gestão de Alimentos (GAPA) e Sistema Simplificado de Manejo de Água para a Produção (SISMA).
Durante a realização dos cursos as famílias desenvolvem práticas de produção agroecológicas, atividades em mutirões, além de aprofundar seus conhecimentos sobre agricultura, relações de gênero, política e sociedade.
Segundo Alex Barbosa, coordenador do Coletivo Regional e animador do P1+2 “o encontro buscou desenvolver uma metodologia participativa durante as formações onde os agricultores/as compreendam melhor o seu papel na agricultura familiar e nesse processo pra convivência com o semiárido, assimilando os conteúdos sobre o cuidado e uso da água, o manejo produtivo, a relação e divisão sexual de trabalho, na construção da agroecologia nesse território”, afirmou ele.
Em maio, deste ano, aconteceu a primeira etapa desse processo de formação. Este é o segundo momento do grupo, junto às famílias da região. “O evento está sendo muito rico, estamos partilhando as experiências vividas e afinando o diálogo junto às equipes. Um momento construtivo, onde avaliamos o que já avançamos e o que ainda precisamos avançar”, fala Rosimare Alves, liderança comunitária e facilitadora de GAPA, SISMA e GRH, durante a atividade.
Ao fim do encontro foram tirados alguns encaminhamos que devem contribuir para a continuidade do processo formativo das equipes, fortalecendo cada vez mais o trabalho desenvolvido na região, como por exemplo: uma agenda contínua de formação do grupo, alternativas para aperfeiçoar a comunicação entre os integrantes da equipe e sugestões para estimular os momentos de planejamento e preparação das atividades de capacitação.
Patrícia Ribeiro
Comunicadora Popular
Articulação do Semiárido (ASA)
Patac
Caso Ana Alice: dois anos após o crime, família ainda aguarda julgamento dos culpados

Ana Alice era militante do Polo da Borborema e no dia 19 de setembro de 2012, quando voltava da escola, foi sequestrada e barbaramente violentada. Seu corpo foi enterrado na Zona Rural do município de Caturité, só sendo encontrado 50 dias após o crime. Desde o desaparecimento da jovem, foi formado o Comitê de Solidariedade e pelo Fim da Violência Contra a Mulher Ana Alice, composto por mais de 30 organizações rurais e urbanas. Foi por meio da pressão e da mobilização criada em torno do Comitê, que o caso Ana Alice pode ser investigado e solucionado, com a prisão dos envolvidos. O mentor e mais um adolescente, que teve participação no crime, está respondendo a processo para apuração de ato infracional.
Segundo Claudionor Vital, um dos advogados da família de Ana Alice que acompanha o caso, o processo criminal está aguardando a sentença de pronúncia por parte do juiz Antonio Gonçalves Ribeiro Junior, da 1ª Vara Mista de Queimadas, a quem cabe a condução dos processos para apuração dos crimes de competência do Tribunal do Júri. “Pelas provas existentes, estamos confiantes que o réu seja pronunciado e submetido ao Júri Popular”, afirma o advogado.
Entre os familiares, a expectativa é que o réu receba uma punição exemplar: “Esperamos que ele receba a pena máxima, até porque a gente precisa disso para se sentir segura e também para servir de exemplo para outros marginais. Infelizmente o que aconteceu com Ana Alice já aconteceu, mas a gente pode evitar que aconteça com outras mulheres”, desabafou Angineide Macedo, mãe de Ana Alice.
Em 2013, uma mobilização que reuniu mais de 300 pessoas em Queimadas, lembrou o assassinato da jovem. O objetivo foi o de chamar a atenção da sociedade para a necessidade de medidas pelo fim da impunidade dos crimes de violência contra a mulher. Foi feita uma caminhada com uma parada em frente ao Fórum da Comarca do Município, onde estava sendo realizada uma das audiências do caso e no final, um ato público, no Centro da cidade. A este movimento se juntaram as famílias de Isabella Pajuçara e Michelle Domingues, as duas mulheres assassinadas em fevereiro de 2012, após o bárbaro estupro coletivo ocorrido também em Queimadas. No dia 25 de setembro, Eduardo dos Santos Pereira, acusado de planejar o crime e último envolvido a ser julgado, vai a Júri Popular na capital do estado, João Pessoa.
Uma mobilização como a de 2013 deve acontecer no dia 7 de novembro, data do sepultamento de Ana Alice e lembrando todas as mulheres vítimas de violência no estado. Neste dia 19 de setembro, às 19h, ocorrerá uma missa em memória de Ana Alice, na Capela da Comunidade Caixa D’água, celebrada pelo Padre Ivanilson, Pároco de Queimadas.
O caso - Ana Alice foi sequestrada quando voltava para casa depois da aula, sendo estuprada e violentamente assassinada pelo vaqueiro Leônio Barbosa de Arruda, à época com 21 anos. Seu corpo foi enterrado próximo a residência do assassino, na fazenda onde ele trabalhava, na zona rural do município de Caturité. A adolescente permaneceu desaparecida até que nas imediações de sua comunidade, uma nova mulher foi raptada e violentada, sendo encontrada apenas no dia seguinte com marcas de esganadura, inúmeras escoriações e amputação parcial da orelha direita. Ainda muito traumatizada, ela foi capaz de reconhecer o criminoso (e vizinho) e o denunciou à polícia com a ajuda do Comitê de Solidariedade Ana Alice. Graças ao empenho do Comitê e à coragem desta vítima, o assassino foi preso e confessou o crime contra sua vizinha e contra Ana Alice. Confessou inclusive que, no crime contra Ana Alice, não agiu sozinho, teve a ajuda de um cúmplice, à época, menor de idade.
Ana Alice e a outra mulher, não foram as únicas vítimas. No início de 2012, ao sair de um baile de carnaval, ele violentou uma jovem de Boqueirão. De posse de uma arma, obrigou que ela entrasse em seu carro e a estuprou. Um mês depois, após prestar depoimento do primeiro caso na delegacia desse município, tentou fazer nova vítima também em Boqueirão, agora uma adolescente de 14 anos que teve sorte diferente, quando um amigo a libertou da tentativa de estupro.
Fuga - O assassino encontra-se preso no Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, mais conhecido como PB-1, em João Pessoa. Ele foi transferido para esta unidade prisional este ano depois de ter fugido do Presídio do Serrotão em Campina Grande, onde aguardava julgamento. 10 dias depois da fuga, e depois de muita pressão por parte do Comitê Ana Alice, o preso conseguiu ser recapturado, no mês de abril de 2014.
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