Mais
de 100 mulheres agricultoras de todos os estados do Semiárido se encontrarão na
próxima terça (23) e quarta (24), no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca, durante o I Encontro Nacional de Agricultoras
Experimentadoras da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). O lema
do encontro será: “Celebrando conquistas
na trajetória da ASA”.
A
ASA que comemora 15 anos de trajetória no Brasil é uma rede que agrega mais de
três mil organizações que trabalham para o desenvolvimento de políticas de
convivência com a região semiárida brasileira.
O objetivo do encontro é valorizar e dar visibilidade ao conhecimento e as
capacidades das mulheres agricultoras e suas formas de inserção na organização
do trabalho da agricultura familiar, além de construir coletivamente caminhos
para superação das situações de desigualdade.
Durante
os dois dias do evento, as mulheres irão refletir as raízes históricas dessas
desigualdades, e poderão debater e construir de forma conjunta as oportunidades
para a superação desse quadro. Elas serão provocadas, através de uma peça
teatral intitulada de “Vida de Margarida”, a refletirem sobre as desigualdades
das relações sociais.
Nos
últimos 15 anos, muitas conquistas merecem ser celebradas pelas agricultoras no
Semiárido. A chegada das tecnologias sociais de armazenamento de água da chuva
(cisternas de água de beber e cisternas para produção de alimentos) tem
permitido além da democratização do acesso ao recurso, uma grande melhoria na
saúde das famílias; a diminuição da carga de trabalho das mulheres; o aumento
da disponibilidade de água no quintal e por consequência, a valorização das práticas
produtivas das agricultoras.
Para
a organização do encontro o momento também é de visibilizar o trabalho da
mulher no campo e proporcionar intercâmbios de trocas e fortalecimento dos
conhecimentos. “A gente vem dar visibilidade às experiências das mulheres
agricultoras que tem construído a agroecologia, que têm melhorado seus quintais
e realizam conquistas como o resgate da sua autonomia enquanto mulher. Um
encontro como esse vem mobilizar essas mulheres, porque quando elas saem pra
participar e se encontram com outras histórias, com outras mulheres, elas
voltam fortalecidas pra reassumir e reafirmar cada vez mais o seu papel”,
afirma Maria Leônia, da coordenação do Polo da Borborema, da ASA Paraíba.
Além
do exercício realizado através de uma maquete de um quintal, montada de forma
coletiva, onde as participantes irão debater sobre as inovações e a
experiências desenvolvidas a partir da criatividade de cada mulher, onde
deverão aparecer questões como: Divisão do trabalho na propriedade e na casa; visibilidade do trabalho e dos conhecimentos das mulheres
agricultoras, esse momento será preparatório às visitas de intercâmbio que
acontecerão no dia seguinte, a experiências de mulheres sistematizadas em cinco
temas: Manejo da água nos quintais; Diversificação produtiva dos arredores de
casa; Sementes da paixão; Pequenos criatórios (galinhas, caprinos, ovinos,
suínos, etc.) e Acesso aos mercados. As visitas de intercâmbio acontecerão nos
municípios paraibanos Massaranduba, Queimadas, Boqueirão, Juazeirinho e Cubati.
Ao
final do encontro, em plenária as agriculturas irão refletir o significado e o
papel de cada mulher na valorização e na construção de conhecimento para
convivência com o Semiárido, fortalecendo a identidade de
agricultoras-experimentadoras gestoras de seus próprios conhecimentos.
Programação
23 de setembro
8h –
Abertura
8h30
– Peça “A vida de Margarida”
9h30
– Debate sobre as desigualdades
12h30
– Almoço
13h30
– Caminhos de superação – divisão sexual do trabalho dentro da propriedade
15h30
– Trabalho em grupo
Temas: Manejo da água nos quintais;
Diversificação produtiva dos arredores de casa; Sementes da paixão; Pequenos
criatórios e Acesso aos mercados.
19h –
Jantar
19h30
– Feira Guardiãs da Biodiversidade e Noite Cultural
24 de setembro
7h30
– Visitas de Intercâmbio
Temas: Manejo da água nos quintais;
Diversificação produtiva dos arredores de casa; Sementes da paixão; Pequenos
criatórios e Acesso aos mercados.
14h –
Impressões das visitas: O que vi e o que vou levar para casa
14h30
– Qual o significado de ser Agricultora-experimentadora?
16h30
– Mística de encerramento
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