
Na
rodada de avaliações, todos os participantes ressaltaram o sucesso da
realização do evento, destacando pontos como a escolha acertada do local da
festa, o Santuário Santa Fé de Padre Ibiapina, considerado um lugar místico e
simbólico; o envolvimento de outros atores para além das organizações da ASA, a
exemplo das equipes de Assistência Técnica e Extensão Rural nos territórios; a
estratégia de comunicação; a escolha dos temas das oficinas e do tema da festa
sobre o tema dos transgênicos e agrotóxicos que dialogou com as mesas temáticas,
com as atividades de preparação e com os atos públicos de denúncia realizados
no último dia de programação.
O
processo de construção da festa também foi apontado como impulsor do trabalho
com a temática nas sete microrregiões onde a ASA Paraíba está presente: “A
Festa em si foi muito bonita, deu pra dar uma sacudida na região do Curimataú,
finalmente conseguimos mapear os guardiões das sementes”, disse Aparecida
Firmino, do Centro Educação e Organização Popular (CEOP), que atua na região do
Curimataú do estado.
Vanúbia
Martins, da Comissão Pastoral da Terra e membro da Rede de Sementes, avaliou a
importância de iniciativas como a da FESP num contexto de avanço do
agronegócio: “A Festa é pra nós uma coisa consolidada, uma árvore frondosa, mas
claro que até esse tipo árvore precisa de podas, a conjuntura atual é terrível
e tem uma série de forças tentando derrubar essa árvore. A festa cumpre um
papel do encantamento com as sementes. De juntar pessoas, de aprender, de
trocar. Essa festa traz outra questão que é essencial pra nós, que é como vamos
dar continuidade à comunicação e ao diálogo com a sociedade. Como vamos seguir
expondo os conflitos, ir pra rua. Os projetos de mineração, de energia eólica
vão vir cada vez mais fortes, e passando por cima das nossas comunidades, não
para produzir energia limpa, como na Europa, vão vir para acúmulo de capitais. O
tema das sementes dialoga com os outros temas, pois para ter sementes, é
preciso ter água, ter terra”, afirmou.
Após
a rodada de avaliação, foram elencados cinco pontos como desdobramentos da
festa para o levantamento de encaminhamentos e planejamento de ações conjuntas.
Foram eles: 1- Conab – após a entrega de uma carta dirigida à Conab solicitando
que o milho da venda de balcão venha triturado, no sentido de evitar o plantio
e a contaminação de outras sementes, já que as sementes são comprovadamente
transgênicas; 2 - Testes de transgenia realizados durante a Feira Estadual de
Sementes que tiveram resultado positivo em três municípios do estado; 3 - Diálogo
com o Governo do Estado, no sentido de cobrar o que foi prometido pelo
secretário durante a Festa; 4 – Como trabalhar melhor as sínteses e os
compromissos de cada oficina temática; 5 – Como dar continuidade ao processo de
comunicação desencadeado durante a festa com a reativação do blog, como pensar
na construção de um vídeo sobre festa, um documentário pequeno.
Roselita
Vitor, da Coordenação do Polo da Borborema, região que recebeu a Festa, falou
sobre o desafio de sediar um evento como este: “Nem sempre o nosso território
vai estar 100% preparado para receber a festa. Foi uma lição pra gente, essa
questão de reinventar, como a gente faz a luta acontecer. Mas a gente está em um
tempo que, ou a gente vai pra rua, se coloca, ou as coisas não vão acontecer”,
disse. Roselita falou ainda da tarefa que a rede tem de aproveitar os
resultados da festa para se fortalecer enquanto rede e fazer a luta política: “A
carta política da Festa e o relatório final são instrumentos para a gente fazer
a luta e construir o debate nos conselhos, nos territórios, no diálogo com o
poder público. Os compromissos que a gente trouxe nos debates, nas oficinas. A
contribuição de cada região que contribuiu com a festa, já é um resultado, isso
mostra um comprometimento com a ASA, foi um momento de resgatar esse
compromisso”, afirmou.
Encaminhamentos – Ao final da reunião, foram tirados os
seguintes encaminhamentos: dar continuidade ao processo de formação à partir
das demandas das oficinas temáticas (exemplo: bancos de germoplasma, sementes
de das hortaliças, etc.); Envio de ofício para Conab solicitando uma audiência;
Continuidade da comunicação (alimentação do blog, replicar ações de ativismo nas
regiões); Continuidade dos testes de transgenia – procurar as pessoas que estão
com sementes contaminadas, além de fazer a denúncia coletiva das sementes de
milho contaminados; Diálogo com o governo do estado, por meio de uma audiência
ainda em dezembro de 2015; e pro fim, Promover formação para
cirandeiros na ASA Paraíba para cirandes infantis em eventos. Foi agendado o
balanço e planejamento da rede de sementes para os dias 16 e 17 de fevereiro.
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