Integrantes
da Coordenação Executiva, da Rede de Sementes e do GT de Comunicação da
Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) se reuniram, no último dia 1º de dezembro, para fazer uma avaliação
do processo da VI Festa Estadual das Sementes da Paixão, realizada de 14 a 16
de outubro de 2015, nas cidades de Arara e Campina Grande.
Na
rodada de avaliações, todos os participantes ressaltaram o sucesso da
realização do evento, destacando pontos como a escolha acertada do local da
festa, o Santuário Santa Fé de Padre Ibiapina, considerado um lugar místico e
simbólico; o envolvimento de outros atores para além das organizações da ASA, a
exemplo das equipes de Assistência Técnica e Extensão Rural nos territórios; a
estratégia de comunicação; a escolha dos temas das oficinas e do tema da festa
sobre o tema dos transgênicos e agrotóxicos que dialogou com as mesas temáticas,
com as atividades de preparação e com os atos públicos de denúncia realizados
no último dia de programação.
O
processo de construção da festa também foi apontado como impulsor do trabalho
com a temática nas sete microrregiões onde a ASA Paraíba está presente: “A
Festa em si foi muito bonita, deu pra dar uma sacudida na região do Curimataú,
finalmente conseguimos mapear os guardiões das sementes”, disse Aparecida
Firmino, do Centro Educação e Organização Popular (CEOP), que atua na região do
Curimataú do estado.
Vanúbia
Martins, da Comissão Pastoral da Terra e membro da Rede de Sementes, avaliou a
importância de iniciativas como a da FESP num contexto de avanço do
agronegócio: “A Festa é pra nós uma coisa consolidada, uma árvore frondosa, mas
claro que até esse tipo árvore precisa de podas, a conjuntura atual é terrível
e tem uma série de forças tentando derrubar essa árvore. A festa cumpre um
papel do encantamento com as sementes. De juntar pessoas, de aprender, de
trocar. Essa festa traz outra questão que é essencial pra nós, que é como vamos
dar continuidade à comunicação e ao diálogo com a sociedade. Como vamos seguir
expondo os conflitos, ir pra rua. Os projetos de mineração, de energia eólica
vão vir cada vez mais fortes, e passando por cima das nossas comunidades, não
para produzir energia limpa, como na Europa, vão vir para acúmulo de capitais. O
tema das sementes dialoga com os outros temas, pois para ter sementes, é
preciso ter água, ter terra”, afirmou.
Após
a rodada de avaliação, foram elencados cinco pontos como desdobramentos da
festa para o levantamento de encaminhamentos e planejamento de ações conjuntas.
Foram eles: 1- Conab – após a entrega de uma carta dirigida à Conab solicitando
que o milho da venda de balcão venha triturado, no sentido de evitar o plantio
e a contaminação de outras sementes, já que as sementes são comprovadamente
transgênicas; 2 - Testes de transgenia realizados durante a Feira Estadual de
Sementes que tiveram resultado positivo em três municípios do estado; 3 - Diálogo
com o Governo do Estado, no sentido de cobrar o que foi prometido pelo
secretário durante a Festa; 4 – Como trabalhar melhor as sínteses e os
compromissos de cada oficina temática; 5 – Como dar continuidade ao processo de
comunicação desencadeado durante a festa com a reativação do blog, como pensar
na construção de um vídeo sobre festa, um documentário pequeno.
Roselita
Vitor, da Coordenação do Polo da Borborema, região que recebeu a Festa, falou
sobre o desafio de sediar um evento como este: “Nem sempre o nosso território
vai estar 100% preparado para receber a festa. Foi uma lição pra gente, essa
questão de reinventar, como a gente faz a luta acontecer. Mas a gente está em um
tempo que, ou a gente vai pra rua, se coloca, ou as coisas não vão acontecer”,
disse. Roselita falou ainda da tarefa que a rede tem de aproveitar os
resultados da festa para se fortalecer enquanto rede e fazer a luta política: “A
carta política da Festa e o relatório final são instrumentos para a gente fazer
a luta e construir o debate nos conselhos, nos territórios, no diálogo com o
poder público. Os compromissos que a gente trouxe nos debates, nas oficinas. A
contribuição de cada região que contribuiu com a festa, já é um resultado, isso
mostra um comprometimento com a ASA, foi um momento de resgatar esse
compromisso”, afirmou.
Encaminhamentos – Ao final da reunião, foram tirados os
seguintes encaminhamentos: dar continuidade ao processo de formação à partir
das demandas das oficinas temáticas (exemplo: bancos de germoplasma, sementes
de das hortaliças, etc.); Envio de ofício para Conab solicitando uma audiência;
Continuidade da comunicação (alimentação do blog, replicar ações de ativismo nas
regiões); Continuidade dos testes de transgenia – procurar as pessoas que estão
com sementes contaminadas, além de fazer a denúncia coletiva das sementes de
milho contaminados; Diálogo com o governo do estado, por meio de uma audiência
ainda em dezembro de 2015; e pro fim, Promover formação para
cirandeiros na ASA Paraíba para cirandes infantis em eventos. Foi agendado o
balanço e planejamento da rede de sementes para os dias 16 e 17 de fevereiro.
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