Nas sete semanas que antecedem o 15 de novembro, dia das eleições, a Articulação Semiárido (ASA) lança uma campanha para estimular o voto consciente. A campanha "Não troque seu voto" é direcionada, especialmente, para as famílias que experimentaram a inclusão social através de um conjunto de políticas e programas públicos voltadas para a agricultura familiar e para o fortalecimento do paradigma da convivência com o Semiárido.
O lançamento da campanha será no dia 29 deste mês, às 17h, pelo canal do Youtube e facebook da ASA Brasil. As peças da campanha, que irão circular nas redes sociais e nas rádios dos territórios do Semiárido, estimulam as pessoas a conhecer as propostas dos/as candidatas para a agricultura familiar e para o fortalecimento da agroecologia e da convivência com o Semiárido na região.
"É importante que possamos votar naqueles candidatos e candidatas que têm verdadeiramente um compromisso de quatro anos com a população do seu município, com as comunidades camponesas e urbanas, e que defendam bandeiras importantes para a convivência com o Semiárido, para a construção da verdadeira cidadania", defende o agricultor agroecológico do sertão do Araripe em Pernambuco, Vilmar Lermen, do sítio dos Paus Dóias, na zona rural de Exú, terra de Luiz Gonzaga.
Pandemia - Ao aprofundar ainda mais as desigualdades sociais do Brasil, aumentando a pobreza, miséria e fome em todo o país, a pandemia também ameaça reforçar a velha e corrompida prática da compra de votos. Principalmente, porque a pandemia chega num momento em que a vida fica mais dura pela perda dos direitos trabalhistas, previdenciários e sem políticas, programas e ações públicos que amparavam a produção e comercialização de alimentos saudáveis.
Para Glória Batista, da coordenação executiva nacional da ASA e da coordenação da ASA Paraíba, enumera os muitos significados das 1 milhão e 300 mil cisternas para as famílias camponesas do Semiárido Brasileiro.
"Significa a conquista pelo direito à vida, expresso nas conquistas pelo acesso à água de qualidade e na valorização das sementes do Semiárido. Significa o direito humano à alimentação de verdade, tanto para o autoconsumo das famílias camponesas, quanto para a comercialização nas comunidades rurais e feiras agroecológicas que vem se espalhando por vários municípios do Semiárido e a valorização e reconhecimento do expressivo papel das mulheres camponesas na promoção da Agroecologia e convivência com o Semiárido."
Ela ainda afirma que, todas estas mudanças - proporcionadas pelo acesso às políticas públicas - potencializam a força, autonomia e capacidade das famílias agricultoras camponesas e de suas organizações. E, desta forma, se fortalece o projeto popular e democrático, defensor da agricultura familiar, a convivência e a Agroecologia nos municípios do Semiárido. "Este projeto só concretiza se a gente lutar por ele. É fundamental a campanha "Não troque seu voto" e o voto consciente nas eleições municipais, como também a pressão e luta popular durante os próximos quatro anos da gestão dos municípios".
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