Atualmente as feiras agroecológicas da agricultura familiar na região do Coletivo Regional do Cariri, Curimataú e Seridó, têm sido mais um espaço estratégico de divulgação, comercialização e fortalecimento das ações da agricultura familiar camponesa no semiárido paraibano. Atualmente são realizadas mensalmente três feiras na região de atuação do Coletivo Regional.
Durante a Feira dos Guardiões e Guardiãs, além das trocas e doações de sementes, plantas, frutas e produtos, uma das especiarias mais procuradas foi o conhecimento das experiências de agricultores e agricultoras. Técnicas e experimentações de conservação, plantio, defensivos, enxertos, plantas medicinais, remédios, receitas, alimentos, de tudo se tinha um pouco.
Observando a cena, o agricultor Francisco, do município de Pocinhos, comentou: “A gente tem essa semente no nosso Banco de Sementes e a gente usa essa prática há muito tempo. Sempre é um prazer poder contribuir com quem não tem ainda”. Seu Francisco, logo em seguida, completa o recado nos doando um pouco de seu conhecimento: “A gente nunca planta todas as sementes que a gente tem guardada de uma vez, sempre deixa uma parte das sementes pra o ano que vem, porque se você plantar toda a semente que tem você corre o risco de um momento ou outro perder toda a semente. Então, plante a metade e guarde a metade, eu aconselho a fazer assim”.
Dona Socorro, agricultora experimentadora do município de Soledade (PB) também participou da festa e levou para a Feira das Sementes da Paixão algumas amostras de suas Paixões. Muito entusiasmada e com um grande sorriso no rosto, ela contou: “Eu trouxe as minhas sementes da paixão: o coentro, o quiabo, a alface, a melancia e o jerimum, que eu planto na minha horta. Também trouxe meu milho Jaboatão, o feijão Garanjão e o Moita Graúdo, que é um feijão bem grande”.
A agricultora disse que desde 2005, quando aconteceu a primeira Festa Regional das Sementes da Paixão, no município de Gurjão, sempre esteve presente em todas: “Pra mim as Sementes da Paixão é uma festa na minha vida, desde que eu comecei a participar dessas reuniões, melhorou minha vida em 100%, porque eu só vivia amoitada com medo de gente, e agora eu não tenho medo mais”.
Durante a feira o agricultor e apicultor Aldo, do município Santo André, fez uma apresentação dos equipamentos e técnicas de coleta do mel produzido pelas abelhas. Ao final da sua fala Aldo ainda explicou alguns motivos para não destruir colméias, nem matar abelhas, falando sobre a importância do trabalho desses animais para a polinização das plantas e finalizou: “A abelha não faz mal, ela faz mel!”
Por Patrícia Ribeiro
06/11/2014 - Santo André / PB
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