Foto: Asa PB |
“Ampliar a Resistência e
Fortalecer a Convivência” foi com esse lema que a Articulação Semiárido
Brasileiro (ASA) celebrou na manhã desta quarta-feira, 26, seus 15 anos de
atuação nos estados do Nordeste e parte do estado de Minas Gerais, trabalhando
pelo fortalecimento da Agricultura Familiar de base agroecológica.
Em todo Brasil, entre às 10h e
12h, várias mobilizações relâmpagos (Flash Mobs) aconteceram para dar
visibilidade às ações de convivência da ASA. A iniciativa dialogou com a
população urbana, convidando homens e mulheres a fazerem uma reflexão a partir
das temáticas “Água como Alimento e Água para a Produção de Alimentos”, na
perspectiva de se pensar os modelos de agricultura, um que produz alimentos
saudáveis, e outro, associado ao agronegócio que, quando produz alimentos,
estes são contaminados por agrotóxicos ou são transgênicos.
Cada estado escolheu uma cidade
(de grande ou médio porte) para que a mobilização acontecesse. Na Paraíba, a praça central de Campina Grande
foi o lugar escolhido para serem lançadas as seguintes perguntas ao público:
“Você tem fome de quê? e Você tem sede de quê?”, como forma de instigá-lo a
pensar sobre a qualidade dos alimentos que chegam a sua mesa e a relação
estabelecida entre o campo e a cidade.
Foto: Asa PB |
A ação, que contou com a
participação de 150 pessoas de todos os territórios do estado, aconteceu na
Praça da Bandeira, local muito popular da cidade. Um mapa do estado da Paraíba
foi estendido no chão da Praça, com imagens do semiárido que faziam menção a um
Nordeste e a uma agricultura que já não representa o cenário de fortalecimento
da região semiárida brasileira: fome, desolação, êxodo rural, carros pipa,
filas de emergência, desmatamento, etc. Com um sinal dado por atores em pernas
de pau, os participantes do flash mob (pessoas das organizações que compõem a
ASA PB) preencheram o mapa com os alimentos e símbolos do modelo de convivência
com o semiárido que a ASA vem construindo, como: uma diversidade de sementes,
frutas e hortaliças variadas, artesanato, mel, queijo, doces e mais uma
infinidade de objetos representativos da agricultura familiar, tudo acompanhado
com artistas em pernas de pau, e ao som do Maracatu. Ao final do ato, os
participantes se dispersaram deixando um aviso de que os alimentos eram para
serem levados pelos transeuntes que passavam ali naquele momento. Toda a
movimentação teve duração de aproximadamente 10 minutos.
Foto: Juliana SPM |
Para a representante da ASA PB na
Coordenação Executiva da ASA Brasil, Glória Araújo, os 15 anos da ASA é,
sobretudo, celebrar as conquistas de valorização do Semiárido, fortalecendo
iniciativas para que o povo do Semiárido tenha, de fato e de direito, a
cidadania. “Quando a ASA pauta o acesso
a água e o direito a água, ela está propondo essa cidadania, hoje nós
comemoramos, mais de 558 mil cisternas de água para beber e cozinhar só dentro do programa P1MC, porque no geral, já são mais 800 mil cisternas; e o
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), já implementou mais de 72 mil
tecnologias sociais de estocagem de água para produção de alimentos, Além
disso, temos ainda o processo de formação de gestão do recurso natural e também
de sistematizações de experiências bem sucedidas que vêm sendo realizadas pelas
agricultoras e agricultores, o próprio processo de intercâmbio de experiência
de agricultor/a para agricultor/a, onde a cada dia, nós vemos que essa rede
está se fortalecendo e produzindo alimentos saudáveis. Celebrar esses 15 anos,
com um flash mob, em Campina Grande, na Praça da Bandeira, além de ser um
momento histórico é também mostrar para as pessoas da cidade aquilo que os
agricultores/as e as organizações do Semiárido vem fazendo, em defesa da vida e
em defesa da convivência com o Semiárido. É muito bom esse diálogo entre campo
e cidade na luta por um mundo melhor”, disse a coordenadora.
Foto: Juliana SPM |
O flash mob aconteceu de forma
simultânea em outras organizações da ASA Brasil nas cidades de: Montes Claros
(MG), Feira de Santana (BA), Aracajú (SE), Arapiraca (AL), Triunfo (PE),
Mossoró (RN), Fortaleza e (CE), Teresina (PI) e São Luís (MA). A maior parte
das ações ocorreu em praças públicas e vias de grande circulação de pessoas.
A agricultura familiar produz 70%
dos alimentos que chegam à casa de milhões de brasileiros e brasileiras, no
entanto ocupa somente 24% das terras agrícolas no país. Agricultores e
agricultoras familiares do Semiárido trabalham no campo com a consciência de
preservar a vegetação nativa da caatinga e do cerrado, o que possibilita a
geração de trabalho e renda. Ao contrário do agronegócio, que pratica a
monocultura e o uso de agrotóxicos. A ASA Brasil é composta de mais de três mil
organizações da sociedade civil, com atuação na gestão e desenvolvimento de
políticas públicas de convivência com o Semiárido.
Simone Benevides
Comunicadora Popular Asa/ Patac
Nenhum comentário:
Postar um comentário