Texto:
Simone Benevides
Foto: Áurea Olímpia |
A 6ª Festa
Regional das Sementes da Paixão “Resistir
às ameaças, Cultivando vidas” também teve espaço para o lançamento da
campanha por um território livre de agrotóxicos. Com o tema “Luta Permanente contra os Agrotóxicos e
pela Vida” a Comissão Água apresentou um material
para ser trabalhado nos espaços políticos e de formação do Coletivo Cariri.
Trata-se de
cartazes e folders que servirão de subsídios para a conscientização de todas as
famílias agricultoras que lutam por uma agricultura fundamentada na agroecologia.
As mulheres
camponesas do Território deram depoimentos falando sobre a experiência de já
ter trabalhado com veneno e contaram como a qualidade de vida delas melhorou
depois que passaram pelas formações e depois que começaram a usar defensivos naturais em seus cultivos.
A
agricultora Luciana, de Cubati, relatou emocionada sua experiência “Quando eu trabalhava com veneno em campos de
tomates, isso eu devia ter uns 18 anos, comecei a sentir dor de cabeça e na
coluna, aquele trabalho estava me matando, 11 anos depois minha saúde estava
muito prejudicada. Depois que me envolvi nos trabalhos do Coletivo, que passei
a ter formação, aí comecei a me conscientizar dos riscos que eu e minha família
corríamos. Foi então, que as lideranças do Coletivo me disseram que eu seria
contemplada com uma cisterna, a partir daí minha vida mudou. Comecei a plantar
minhas coisas de forma saudável, usando os defensivos naturais. Para me livrar
do veneno e livrar minha família desses riscos eu cultivo meu alimento no arredor
de casa”.
Já para
Quitéria, também de Cubati, o uso do veneno se dá pela falta de conhecimento. “Eu
senti vergonha de dizer que usava veneno, quando fui perguntada por pessoas do Coletivo
que fizeram uma visita em minha casa. Depois que eles saíram eu comecei a
refletir sobre o assunto, aí comecei a participar das reuniões e recebi a
cisterna, foi quando entendi os riscos que eu corria. Agora, eu sei que sem o
veneno nossa vida só caminha pra frente”.
Vários
tipos de problemas de saúde podem ser desenvolvidos pelo uso do veneno na
agricultura (ansiedade, alergias, dores de cabeça e pelo corpo, câncer, etc.) Há
também casos de morte comprovados pelo uso de defensivos químicos.
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