
O ato reuniu cerca de 20 mil pessoas vindas de
todos os estados do Semiárido e foi uma realização da Articulação Semiárido
Brasileiro (ASA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento
dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude e Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Décadas
atrás a situação da seca no Semiárido brasileiro e a falta de políticas
públicas de convivência eram os motivos de mortes de milhões de pessoas por
sede e fome. No entanto, essa é hoje uma realidade distante. Com a
contribuição de ações e programas sociais como o Água para Todos e o Bolsa
Família, 40 milhões de pessoas saíram da miséria e da indigência e hoje a
região é reconhecido por sua beleza, resiliência, alta capacidade de inovação e
produção de conhecimento e alimentos.
O ato
reivindicou a necessidade de recursos para a continuidade dessas políticas
importantes para a convivência com a região semiárida, que estão ameaçadas por
conta da crise econômica e política. São ações descentralizadas como a
implementação de cisternas de placas para captação de água da chuva para
consumo humano e para produção de alimentos, Bolsa Família, acesso a créditos,
Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (Pnae), Seguro Safra e o Bolsa Estiagem.
Atualmente,
quase um milhão de famílias têm água de qualidade para beber ao lado de casa,
através das cisternas de placas; cerca de 120 mil famílias podem produzir
alimentos com água garantida através das diversas tecnologias sociais. Mas o
número de tecnologias de captação de água de chuva ainda não é o suficiente
para beneficiar todas as famílias que residem na região, sobretudo porque há
cinco anos, a população enfrenta a maior seca dos últimos 50 anos. Atualmente,
as metas para implementação dessas tecnologias são menores, se comparadas a alguns anos anteriores, e mesmo o
contratado não consegue ser implementado, pois não há recursos nos Ministérios.
O número de tecnologias de acesso à água construídas até agora é o menor dos
últimos anos.
A
agricultora Juvani de Almeida destaca os benefícios e importância das
tecnologias de captação e armazenamento de água. “Quando a gente não tinha a
cisterna de placas a gente sofria bastante com lata d’água na cabeça. Aí essas
cisternas chegaram, a gente tem uma água de qualidade e ninguém mais ouviu
falar em cólera. O meu desejo é que continue vindo cisterna para quem não tem”,
diz.

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