O Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) lançou na tarde desta quinta-feira, 19, em
Campina Grande, Paraíba, o ‘Plano Safra 2015/2016 Agricultura Familiar,
Alimentos Saudáveis para o Brasil’. A solenidade aconteceu no auditório do
Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e foi presidida pelo Diretor do
Departamento Técnico e Extensão Rural da Secretaria da Agricultura Familiar do
MDA, Marenilson Batista.
Na ocasião também foi realizado a
assinatura de convênios e parcerias que serão realizados pelo MDA e entidades
de assessoria, dentre estas, o Patac, para a execução do “ATER Agroecologia”. A
entidade foi representada pela coordenadora, Glória Araújo, que assinou o termo
de contrato com o Ministério, para execução das ações no território de atuação
da organização, região do Cariri, Seridó e Curimataú.
Em sua fala, Glória que também é
coordenadora da Articulação do Semiárido Paraibano (Asa PB) e membro da
coordenação executiva da Articulação Semiárido Brasileiro (Asa Brasil),
destacou que é notório o avanço do plano no que diz respeito à produção de
alimentos saudáveis, mas, além disso, disse que chama a atenção para a
conquista das mulheres dentro do plano, que coloca 50% de mulheres atendidas em
todas as chamadas públicas de ATER, 30% dos recursos de assistência técnica
para atividades específicas e na Promoção da Cidadania e Inclusão Produtiva
para mulheres.
Segundo a coordenadora do Patac,
tudo isso é fruto de muitas lutas, dentre estas, a luta do Grupo de Trabalho
(GT) de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). “Todas essas
conquistas são frutos de muitas lutas de movimentos de mulheres nos vários cantos do Brasil, devemos a muitas
organizações, como por exemplo, ao GT de
Mulheres da ANA. Para se trabalhar com todas essas questões é preciso dar
visibilidade ao trabalho das mulheres e da juventude, então considero essa
inovação extraordinária, os recursos aumentaram, mas a gente precisa que
aumentem mais, por que nós sabemos que o Estado brasileiro, tem uma dívida com
o semiárido, sobretudo, com a agricultura familiar camponesa.”
Em
relação ao termo de contrato assinado entre o Patac e o MDA do ATER
Agroecologia, ela coloca que 600 famílias, no território do Cariri, Seridó e
Curimatú, serão apoiadas pelas ações, em 11 municípios, e garantiu que as ações
de ATER serão integradas nas iniciativas que já estão em curso, como a produção
de alimentos saudáveis através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), o
Programa Sementes do Semiárido e com o
Pronaf, dentre outras. Finalizou dizendo
que “quando as políticas públicas nascem das iniciativas das populações, elas
têm muito mais significado e maior capacidade de serem sustentadas”.
Também estiveram
presentes à solenidade: representantes do Banco do Nordeste, da Secretaria
Estadual da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido, da Federação
dos Trabalhadores/ras da Agricultura da Paraíba (Fetag), do Banco do Brasil e
do Território da Borborema.
Conheça
o Plano - O Plano, que será executado entre 2015 e 2016 concede
para o
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) recursos
para custeio e investimento a agricultores familiares e assentados da reforma
agrária, estando distribuído da seguinte forma: R$ 28,9 bilhões para
financiamento da produção, entre custeio e investimento; Taxas de juros de 2% a
5,5% ao ano para o agricultor familiar; Juros menores para o Semiárido, de 2% a
4,5%; Manutenção das taxas do microcrédito rural e dos créditos de estruturação
produtiva na reforma agrária.
No
que diz respeito à Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), 230 mil novas famílias de
agricultores familiares serão atendidas, o foco será a produção de base agroecológica, as famílias
também receberão apoio na elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Em relação às mudas e sementes o
documento rege o apoio ao fortalecimento da agricultura familiar no resgate,
armazenamento e multiplicação de sementes e mudas; A ampliação da capacidade de
multiplicação de sementes orgânicas e agroecológicas adaptadas aos territórios
pela agricultura familiar e o lançamento de edital para compor parceria com os
governos estaduais em seus programas de sementes e mudas.
No tema Juventude e Sucessão
Rural está previsto uma ATER para 22,8 mil jovens em todo o Brasil, sendo 25%
de jovens atendidos em todas as chamadas públicas de ATER, apoio à produção de
empreendimentos econômicos da juventude rural com R$ 5 milhões destinados pelo
BNDES em parceria com a Fundação Banco do Brasil e mais simplificação no acesso
ao Pronaf Jovem.
Para as
mulheres do campo serão concedidos, 50% de mulheres atendidas em todas as
chamadas públicas de ATER; 30% dos recursos de assistência técnica para
atividades específicas e na Promoção da Cidadania e Inclusão Produtiva, atendimento
100 mil mulheres no Programa Nacional de
Documentação e 250 mil documentos
emitidos.
Para o Acesso
ao Território estão previstos: Novos Decretos de Regularização de Territórios
Quilombolas; 33,4 mil famílias indígenas, quilombolas, extrativistas,
pescadores artesanais com atendimento de ATER; R$ 2 milhões do Programa “Ecoforte
Extrativismo” para empreendimentos econômicos coletivos sustentáveis na
Amazônia em parceria com o BNDES e Fundação Banco do Brasil e R$ 40 milhões para as populações extrativistas
por meio do Programa de Garantia de Preços Mínimos de Produtos da
Sociobiodiversidade (PGPMBio).
E por fim, em relação ao
Desenvolvimento Territorial e a Estratégia de Gestão Territorial do Plano Safra,
estão previstos: Gestão social do Plano
Safra nos territórios para efetivação das políticas públicas e promoção da
inclusão produtiva e com abrangência de 239 Territórios Rurais e da Cidadania.
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