22 de junho de 2011

ASA-PB inicia construção de programa de formação em recursos hídricos

Durante os dias 14 e 15 de junho, foi realizado em Campina Grande, na Paraíba, o 1º Encontro de Capacitação em Gestão de Água para Beber e Produzir Alimentos, organizado pela Articulação do Semiárido Paraibano (ASA-PB). Este encontro teve como objetivo elaborar princípios, conteúdo e metodologia comuns às organizações que compõem a ASA-PB, orientando o programa de formação em recursos hídricos (RH) com foco no manejo da água no arredor de casa, na propriedade familiar e na microbacia comunitária.

Antônio Carlos, coordenador do PATAC e um dos organizadores do evento, informou que o programa de formação será dividido em dois momentos. “No primeiro, a ideia é levar os técnicos, animadores, lideranças, agricultores e agricultoras do estado a entender melhor o funcionamento do sistema hídrico no arredor de casa, tendo em vista que é neste espaço que se concentra a demanda de água, onde se localiza a cisterna para o uso da família e a cisterna calçadão para a produção de alimentos, assim como, os barreiros e a água servida”, afirma Antônio.
O facilitador ainda comenta que no segundo momento, o objetivo será refletir sobre o sistema hídrico na propriedade e na comunidade, a partir do olhar sobre as bacias comunitárias e sobre o sistema hídrico no estado. Dessa forma, ampliando a perspectiva dos participantes do programa de formação, sobre o trabalho que está sendo desenvolvido na região.

Lismarck Andrade, coordenador do Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) e integrante da equipe do Polo Sindical da Borborema, avaliou o encontro de forma positiva. “Foi um bom encontro, percebi que estamos trabalhando os mesmos conteúdos em todas as regiões do estado e que estamos construindo uma abordagem metodológica comum, no intuito de potencializar os processos de construção de conhecimento”, afirmou Lismarck.

A proposta de formação ainda tem como objetivo fortalecer as dinâmicas dos arredores de casa, com foco sobre a água de beber e a água para produzir. Este espaço foi identificado pelos participantes do encontro como sendo o espaço que, frequentemente, é gerenciado pelas mulheres das famílias. Na avaliação do grupo, esta identificação precisa ser considerada na elaboração das metodologias que estão sendo desenvolvidas para as diversas regiões da Paraíba.

Aldineide Alves, coordenadora técnica do P1MC e representante da Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano (CAAASP), afirma: “Essa formação é fundamental como orientação coletiva para nortear o trabalho que temos desenvolvido para convivência com o semiárido e nossa identidade enquanto ASA. Nesse momento inicial estamos abordando temas estratégicos, dando passos importantes na luta por um semiárido mais justo e sustentável”.

No final do encontro, além dos encaminhamentos sobre diversas atividades das organizações presentes e dos informes apresentados, foi agendado o próximo momento de formação para os dias 17 e 18 de agosto deste ano.


Patrícia Ribeiro - comunicadora popular da ASA
Campina Grande
21/06/2011

15 de junho de 2011

Agricultura familiar do Brasil é modelo de desenvolvimento para Cuba

As ações de desenvolvimento de um novo modelo de agricultura, baseado na organização e produção agroecológica de famílias camponesas, tornam-se referência para países como Cuba que busca o equilíbrio entre o desenvolvimento social e o crescimento econômico da nação. Essa reflexão, feita pelos representantes do Ministério de Agricultura Cubano e de segmentos ligados à produção agrícola do país, foi reforçada depois da visita às experiências desenvolvidas pela Articulação do Semi-árido (ASA) na Paraíba.

Para a diretora do Departamento de Recursos Humanos do Ministério da Agricultura de Cuba, Adriana Bellester , durante a semana de intercâmbio, foram identificadas seis linhas temáticas que apontam para um dos principais interesses de Cuba, o desenvolvimento de sua soberania alimentar: produção e conservação dos alimentos agroecológicos; comercialização; a gestão da economia familiar; o manejo e conservação dos recursos naturais; participação social das organizações sociais, associações comunitárias e sindicatos e as ações de políticas públicas.

A coordenadora nacional do Programa de Apoio Local e Modernização da Agropecuária de Cuba (Palma), Aymara Hernandez, afirmou que este intercâmbio é essencial para a implementação do Palma, o qual tem como objetivo a fomentação e modernização da agricultura familiar em 37 províncias de Cuba, garantindo, assim, a segurança e soberania alimentar do país.

Atualmente, o governo Cubano importa 80% dos alimentos que são consumidos no país. Essas importações têm resultado num forte impacto negativo para a economia.

Durante a semana, o grupo participou de diversas reuniões com grupos comunitários, famílias agricultoras, organizações sociais e representantes políticos. Nessas atividades, conheceram em detalhes os projetos, mecanismo e métodos de gestão e como as políticas públicas são desenvolvidas pelos governos federal e estadual tanto no campo da agricultura familiar agroecológica, quanto no campo de apoio e incentivo à convivência com o Semiárido.

Entre as políticas públicas que eles conheceram o funcionamento, destaca-se a lei que estimula a compra pelo governo estadual das sementes produzidas pelas próprias famílias agricultoras para distribuição para outras famílias.

Ainda na área das Políticas Públicas, o grupo ressaltou a experiência de acesso a mercado, com o sistema de feiras agroecológicas que está sendo implementado na região, as iniciativas de comercialização local e comunitária, os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que garante que 30% dos alimentos da merenda escolar e de entidades públicas sejam adquiridos dos agricultores familiares.

Além disso, a delegação ressaltou o valor do trabalho desenvolvido com relação aos recursos hídricos, como os programas de acesso à água (P1+2 e P1MC), desenvolvidos pela ASA, uma articulação que reúne mais de mil organizações da sociedade civil.

A delegação ficou encantada com as diversas experiências de famílias camponesas com relação ao uso das tecnologias para armazenamento e aproveitamento da água. Atualmente, a escassez de água é um dos principais problemas para ilha, devido às circunstancias de sua geografia e as inconstâncias climáticas que o país enfrenta. Eles utilizam geralmente equipamentos de dessalinização da água salobra e salgada, mesmo com 91% da população tendo acesso à água potável, uma seca recente vem causando sérios problemas no seu fornecimento.

Outro aspecto muito ressaltado pelo grupo diz respeito à equidade de gênero. As três mulheres integrantes da delegação afirmam que esta é ainda uma fragilidade em Cuba, percebem a necessidade de desenvolver ações, como as presenciadas aqui no Brasil, que possibilitem a visualização e o reconhecimento do papel das mulheres no desenvolvimento produtivo do país.

Antes da viagem de retorno, a delegação, juntamente com representantes da ASA-PB e ASA Brasil, Maria da Glória Araújo e Luciano Marçal da Silveira, participaram de uma reunião com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Marenilson Batista. Nesta reunião, foram discutidas questões relacionadas ao trabalho da secretaria junto aos órgãos públicos de assistência técnica e agropecuária e, em especial, os projetos que estão sendo desenvolvidos pelo governo com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da agricultura familiar no estado.

Patrícia Ribeiro
Comunicadora Popular
ASA - Patac

9 de junho de 2011

A experiência de um novo Olhar



Vídeo com imagens da atividade de sistematização feita pelos comunicadores populares da ASA em Cumarú-PE.



Os bastidores da atividade.

Organizações comemoram a volta do CONSEA com banquetaço em Campina Grande

Um conjunto de organizações que atuam na promoção do direito humano à alimentação realizará no dia 27 de fevereiro, segunda-feira, um ‘Banqu...