15 de abril de 2015

Pesquisa de Sementes na Paraíba dá início as ações para realização da XI Festa Estadual das Sementes da Paixão

Dando continuidade ao processo de preparação para a XI Festa Estadual das Sementes da Paixão na Paraíba, a Rede Sementes da Articulação do Semiárido Paraibano, ASA – Paraíba, realizou nesta terça-feira (14.04), em Soledade, PB, um encontro de formação sobre o projeto de pesquisa das Sementes da Paixão.

O projeto é desenvolvido pela Rede Sementes em parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju, SE, junto às famílias agricultoras em processo de transição agroecológica no semiárido paraibano e conta com o apoio do CNPq.

A representante da Rede Sementes e integrante da Equipe do Patac, Raquel Nunes, diz que essa atividade faz parte do planejamento das ações para o ano de 2015. “Nesse encontro serão retiradas as diretrizes e estratégias que darão continuidade a pesquisa, que será realizada nas comunidades, dialogando diretamente com as famílias agricultoras. Esse ano, estamos com a perspectiva de comparar variedades de sementes crioulas de feijão, com algumas variedades das sementes distribuídas pelos programas governamentais”.
O objetivo do estudo comparativo é identificar qual a semente se adapta melhor a realidade de cada território do estado. Entendendo que cada região com suas particularidades e var

iações de clima, solo e condições naturais do ambiente, necessita de determinadas sementes que possuam características genéticas adaptadas e mais favoráveis a cada região.

José de Oliveira, agricultor do município de Alagoa Nova, conhecido como Zé Pequeno, trabalha com os bancos de sementes comunitários há mais de 40 anos, foi um dos participantes do encontro. Onde afirmou: “Essas pesquisas são importante porque a nossa semente antes não era tão valorizada o quanto é hoje. A gente dava valor, mas as organizações, os poderes públicos, e mesmo a Embrapa não via como semente, tinha elas como grão”.

De acordo com a nova Lei de Sementes e Mudas (Lei 10.711/03), promulgada em agosto de 2003, as sementes crioulas são reconhecidas como sementes. Isso possibilita seu acesso as políticas públicas e a comercialização, sem a necessidade de qualquer registro perante o Ministério da Agricultura. “Hoje pela nossa luta, por nosso meio de agir, os testemunhos que nós temos dado, temos a lei pra nossa semente, a semente crioula, que hoje chamamos semente da Paixão. Ela hoje está com mais segurança. Nós buscamos realizar esse sonho e hoje estamos com esse sonho nas nossas mãos”, lembra seu Zé Pequeno.

Segundo Amaury Santos, pesquisador da Embrapa, o atual projeto de pesquisa aprovado no CNPq, foi pensado com o objetivo de dar continuidade ao projeto anterior, realizado entre 2009 e 2011, na perspectiva de valorização das sementes crioulas com o estudo das sementes de milho. “A pesquisa anterior, foi altamente positiva, ouvimos inúmeros depoimentos dos agricultores como avaliação dessa pesquisa, além dos resultados alcançados em relação ao fortalecimento das ações coletivas no território, as políticas estaduais de sementes, entre outras importantes realizações. Além disso, o estudo também serviu de subsídio contribuindo para a construção do programa nacional de sementes crioulas do semiárido, desenvolvido pela ASA com apoio do MDS”, conclui Amaury com boas perspectivas para o desenvolvimento desse novo estudo.

O encontro segue até quarta-feira, dia 15, continuando com a programação prevista sobre o processo de formação, serão tiradas as orientações para a realização da XI Festa Estadual das Sementes da Paixão, prevista para ser realizada em outubro deste ano.

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