22 de dezembro de 2010

Depoimentos de Integrantes do Coletivo Regional II

Dorinha
Meu nome é Maria das Dores Medeiros, sou da comunidade Capoeira de Cubati. Desde 2003 eu participo do Coletivo. Na verdade agente não começou desde a formação do coletivo, porque agente não conhecia o trabalho, aí tudo começou com o trabalho das cisternas. Vitória foi convidada pra uma reunião, ficou como animadora e me convidou pra participar, de lá pra cá, agente começou a participar, surgiram as comissões temáticas, e, inclusive ela disse, ela me comunicou que surgiram as comissões: "eu orientei pra que tu ficasse na comissão de sementes".
De início eu num tinha nem ideia de ficar assim, aí comecei a participar, agente reativou o banco de sementes de lá da comunidade que já tinha existido no ano de 94. Tinha existido um banco lá, mas por falta de interesse tinha acabado. Agente conseguiu formar, revitalizar o banco de sementes e depois continuamos participando da discussão, formamos o grupo de mulheres, organizamos a associação da comunidade, que tava inadimplente tinha acabado, agente que tava no grupo de mulher, organizamos a diretoria.
E assim, também não só no Coletivo, agente participa de outras atividades no município também, participamos de cursos, curso de associativismo lá pelo SENAR, o curso de fabricação de sabonetes também, que são as mulheres do grupo também que fabricam. Durante esse tempo que agente num tava com fruta pra trabalhar, num tava fazendo poupa, fomos fazer doce, fazer sabonete, buscar outras alternativas.
A mudança financeira num é significativa, mas eu, assim, gosto muito da mudança que ta tendo na questão de gênero porque tinha alguns maridos que num deixava, ainda tem! No grupo mesmo, tem umas que fica lá no grupo trabalhando preocupada, dizendo “ah! Eu vou me embora, que hora de cuida almoço, a janta do marido...” daí agente, Vitória, fica brincando dizendo: “Calma! Agora não, ele vai entender que você tava aqui...” e já ta mudando, elas já tão saindo pra reunião, já tá, assim, já tá se soltando aos poucos, se a questão da conscientização a participação na comunidade, agente se reúne uma vez por mês e todas as mulheres do grupo participam, todas elas são sócias da associação e é esse tipo de mudança que aos poucos vai mudando.
Antes era complicado, antes desses programas do governo e da bodega agroecológica, agente fez um trabalho de vender lá em Cubati no comércio, saí oferecendo nas lanchonetes. O trabalho mesmo de porta a porta e vendemos, mas era pouco, assim, se fosse pra depender só do comércio local, num tivesse esses outros programas, agente num tinha como escoar o excedente.

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